Crescemos. Sonhamos. Casamos. Somos pais.
Não ambicionamos o divórcio… mas poderemos dar o nosso melhor?
Damos o nosso melhor quando namoramos, casamos, temos o primeiro filho: mostramos a nossa melhor faceta, temos cuidado com os pormenores, queremos que tudo corra bem…
Mas, muitas vezes, quando se separam ou divorciam, as pessoas sentem-se tão zangadas, magoadas, cansadas e desiludidas, que já não estão dispostas a dar o seu melhor.
E, no entanto, este é um processo crucial na vida, com um impacto generalizado na vivência presente e futura de quem o atravessa.
Dar o seu melhor é, dentro das possibilidades de cada um nesta etapa, agir com todo o respeito, com toda a responsabilidade em relação a si próprio e aos outros.
O respeito e a responsabilidade de tomar (ou aceitar) decisões difíceis e dolorosas, que na maior parte das vezes não queremos tomar, nem aceitar.
O respeito e a responsabilidade em relação àqueles com quem construímos os nossos sonhos, a quem fizemos promessas, com quem partilhámos as nossas vidas: o/a ex-conjuge, os filhos, a família alargada, os amigos.
O respeito e a responsabilidade que exigimos para nós, para os nossos filhos, para aqueles que nos são queridos.
Dar o nosso melhor, nesta situação em que o pior pode emergir, é garantir condições para a sobrevivência emocional e a adaptação de todos os envolvidos à separação/divórcio.
É garantir que podemos voltar a sonhar, a confiar, a partilhar a vida, ainda que não possamos garantir que os outros, ou nós próprios, iremos estar sempre no nosso melhor momento.
Assim, quer tenha sempre tentado fazê-lo, quer não o tenha podido fazer durante a relação que está a terminar, faça-o agora. Por si. Pelos que lhe são próximos. Pelo melhor que a vida nos dá: a experiência da partilha, a oportunidade de aprender e de crescer.
Dê, no fim como no princípio, o seu melhor.
Gisela Gracioso
Psicóloga Clínica Especialista